A primeira sessão legislativa da cidade de Santana de Parnaíba após o recesso de janeiro foi bastante movimentada. O plenário estava tomado por moradores, ex-vereadores, observados por homens da Polícia Militar e da Guarda Municipal Comunitária que, aliás, mostravam a presença com a quantidade de viaturas à frente da Casa de Leis.

Toda a segurança era necessária para a discussão prevista para a primeira sessão: a aceitação ou não da denúncia apresentada por um morador à Mesa Diretora contra o vereador Elvis Cezar (PSDB). Rogério Vagner Rezende, morador do Parque Santana II, advogado, apresentou denúncia sobre a suposta compra de votos pelo vereador.

De acordo com o Regulamento Interno da Câmara, qualquer cidadão pode apresentar denúncias para avaliação da Mesa Diretora. Após a leitura da denúncia, na qual Rogério Rezende cita a reportagem veiculada na TV Record, mostrando assessores de Elvis fazendo o cadastramento de moradores para posterior entrega de brinquedos de Natal às crianças.

O vereador é acusado por compra de votos, porque o cadastramento só era permitido mediante a apresentação do Título de Eleitor e comprovação de que os pais da criança fossem eleitores da cidade, uma vez que teriam de apresentar também os comprovantes de endereço.

Após a leitura da denúncia, o presidente da Câmara, Régis Salles, colocou a aceitação da denúncia em votação. Foram oito votos favoráveis. Na Casa são onze vereadores, sendo que o presidente não vota. O vereador Elvis votou contra, e o vereador Guilherme Correia está em licença.

Com a aceitação da maioria, automaticamente foi criada a CEI (Comissão Especial de Investigação), que terá 90 dias para realizar os trabalhos, ou seja coleta de informações, depoimentos e testemunhas para a produção do relatório final, que poderá levar à cassação do vereador Elvis Cezar.

A comissão será formada por Ronaldo Santos (presidente), Caíga (relator) e Professor Hélio (membro).

O vereador Elvis Cezar acompanhou a discussão e não utilizou a tribuna para antecipar a sua defesa. À Folha de Alphaville disse “não vou comentar nada, porque estaria antecipando a minha defesa. Prefiro guardá-la.”

Fonte: Folha de Alphaville